Ainda mais perto
Fiquei meio assim de assistir logo depois de ver a peça, mas acabei sucumbindo e vendo o terço final. Conclusões fresquinhas:
* Rachel Ripani é mais "safada" que Natalie Portman. A americana projeta uma inocência maior à sua Alice, enquanto a brasileira mescla mais aquele endurecimento que vem das porradas que a vida dá - e que Alice tem em quantidades industriais, desde o surgimento de sua persona até a frieza com que termina o relacionamento;
* Amazyles é uma Anna mais crível que Julia Roberts. As fraquezas e indecisões da fotógrafa ficam ainda mais realçadas nos pequenos gestos e quase-movimentos que ela faz, contra o olhar pidão e meio blasé da estrela hollywoodiana (E não é porque sou fã da Amazyles...);
* Os papéis masculinos meio que se equivalem, mas Clyve Owen é mais canalha que o Joca;
* Incrível como é bacana o efeito das janelas do Teatro Augusta por trás do palco, mostrando um trecho de São Paulo como parte do cenário. Fica com um clima muito parecido com as cenas do filme em que as panorâmicas constroem o mood.;
* O texto do filme é muito próximo ao da peça, mas as cenas extras e o final diferente valem à pena. Não percam a volta da peça no mês que vem.
* E por fim, ouvir "Blower's Daughter" no fim de um fim de semana, depois de ter visto uma peça que fala tão fundo a um coração cicatrizado e isolado numa megalópole é uma puta sacanagem!
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