Separando ficção e realidade

Na sua coluna deste sábado na Folha de S. Paulo, Ruy Castro manifesta sua insatisfação com a campanha da Leo Burnett para o Novo Palio.

Com o forte título de Emoções Assassinascolunista linka as imagens em alta velocidade da campanha com os acidentes e mortes no trânsito.

Um trecho da argumentação de Castro.

“Depois de mostrar o herói num barco ou num furacão, para dizer que ele gosta de emoções violentas, transfere-o para um carro novo que dispara por um túnel, num pega noturno com outros dois, a 300 km por hora. Eu sei, é um truque, e talvez seja impossível correr tanto dentro de um túnel. Exceto se isso for um privilégio do carro em questão. O comercial não explica se o pega deve ser combinado com os outros motoristas que só querem chegar inteiros em casa.”

Estranho que os nobres legisladores cariocas tenham recorrido ao CONAR, enquanto a Sol, por exemplo, tem um programa de fidelidade para universitários beberem cada vez mais. Qual é a mais nociva? E essa, eles não bloqueiam?

Fala muito sério! Um conceito publicitário é uma coisa. Estimular a venda de armas ou o desejo suicida (como foi alegado para tirarem o filme em que o cara sai pra nadar no meio do maremoto) é outra coisa completamente diferente.

Tem horas que o politicamente correto e a imbecilidade da desinformação se confundem. Aliás, tem horas?

links for 2007-04-25

Impossible is to miss such an opportunity

Depois do golaço que Lionel Messi marcou na semana passada pelo Barcelona, toda a imprensa esportiva mundial o comparou ainda mais a Maradona. O lance do argentino barcelonista foi muito parecido com o gol do Pibe, marcado contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986 e escolhido, pela FIFA, como o mais belo de todas as Copas.

Pois a Adidas, patrocinadora do novo talento porteño, fez um mash-up das imagens do gol marcado contra o Getafe, na semana passada, com a narração do folclórico Victor Hugo Morales (uma espécie de Galvão Bueno local).

E assinou com seu Impossible is Nothing.

Confira o comercial aqui

Visto no Brain9

Pandora’s Box

Segundo o Blue Bus, o IAB (Interactive Advertising Bureau) pediu às duas principais empresas de medição de audiência de internet nos EUA, a comScore e a Nielsen NetRatings, para que submetam seus trabalhos a uma auditoria externa.

Já estava na hora de disciplinar a medição de internet. Os institutos ainda usam metodologias adaptadas de medições de outras mídias, gerando resultados conflitantes e desacreditando o planejamento de mídia digital.

Vamos ver se emerge um padrão único em pouco tempo.

Conceitos

Gosto muito de checar os blogs de publicitários e ver o que falam das campanhas que estão no ar.

Nem sempre tem aquela necessária dose de distanciamento – seja por conhecer quem fez, seja por uma certa invejinha, mas na maioria dos casos as análises são até bem assertivas.

A nova campanha de Tamarine, do laboratório Farmasa, foi criada pela JWT e está com um filme sendo veiculado. Nele, uma mulher tenta se aliviar, mas tem que perseguir uma privada (!!) em um ritmo alucinado representando a dificuldade de cumprir a função fisiológica que o produto promete facilitar. Um filme meio 007 ou Prenda-me Se For Capaz”, segundo o http://www.estalo.org/. Ele e outros blogueiros curtiram.

Tenho que dizer que detestei.

E tenho razões pra isso. Meu último job, antes de vir para onde estou, foi em uma agência que cuidava do BTL de Farmasa. E tínhamos desenvolvido uma assinatura muito boa para Tamarine (que é mais do que um simples laxante. Tem atributos naturais e menos forçados que Lactopurga, por exemplo). Um conceito que incluía mais do que simplesmente ajudar a fazer cocô.

Não estou chorando as pitangas, por não ter tido o meu trabalho utilizado. Mas uma assinatura “Natural é ir ao banheiro” é desprezar demais os outros atributos do produto.

Que me desculpe o sensacional Ken Fujioka, mas na opinião deste escriba, este planejamento não saiu tão bem (com trocadilho, por favor). Ou o insight para a criação desceu pelo vaso (mais um, please).

Enfim, confiram o filme

Busy bee

Os últimos dias têm sido caóticos e ocupados.

A vida de planejador é bem mais ocupada do que pensei, ainda mais com um grande projeto rolando em pouco tempo e com cliente novo não só para este escriba como para a agência também.

E é aí que a gente vê a importância de processos, métodos e organização.

E da atualização constante, busca por tendências equilibrada com o contato com o mundinho do dia-a-dia.

Não dá pra esquecer esta lição: A Torre de Marfim tem que ter janelas e portas, pra não esquecermos de como se fala com nossos clientes, nossos consumidores.

Por Jeff Paiva.