Cross Media e integração de produto

Há algum tempo, quando estava em uma agência pequena daqui de São Paulo, recebemos um briefing para criar uma promoção que alavancasse as vendas de um produto voltado para meninas entre 12 e 17 anos.

Uma das propostas que criei era a de dar, em um pack promocional, um mini-memory stick, carregado com conteúdo personalizado da marca – como avatares, ícones de MSN, templates de blog – e ainda que garantisse acesso a uma área exclusiva do site do produto, com conteúdo ainda mais personalizável, contra o preenchimento de um cadastro.

A idéia foi abortada ainda na agência, depois de ter sido entusiasticamente adotada pela Criação e pelo Planejamento, sob a alegação de que não pegaria, o cliente (multinacional de produtos de cuidados para a pele) não ia gostar, etc.

Daí vejo isto:
Barbie.com

Bacana, né?

Primeiro passo… rumo a quê, mesmo?

E aí rolou o debate dos pré-candidatos democratas promovido pela CNN/You Tube, com perguntas feitas em video pelos usuarios.

Os analistas políticos acharam fraco, os gurus do Conteúdo Gerado por Usuário acharam censurado (a CNN teria escolhido só pergunts inócuas) e os candidatos adoraram a possibilidade de sair do formatinho padrão.

Mas a grande vitória do evento foi conhecida nesta quarta-feira, depois que as pesquisas de audiência foram fechadas. O debate resultou na melhor audiência entre os espectadores de 18 a 34 anos, considerando todos os debates já transmitidos até hoje pela TV a cabo americana.

E isto é muita coisa!

No geral, o encontro foi assistido na TV por 2,6 milhões de pessoas, segundo a Nielsen Media Research – o 2o debate mais assistido da temporada.

O que isso significa? Que, no mínimo, começa a aparecer um formato que atraia um público altamente dispersivo, mas que detém um formidável poder de decisão – econômica e política.

A se conferir os próximos desenvolvimentos.

(r)evolução na política…

…americana, infelizmente.

Hoje acontece nos Estados Unidos um debate presidencial com os candidatos que lutam pela indicação do partido Democrata.

A novidade do debate é que eles responderão a perguntas enviadas pelos próprios eleitores, através de uma página especial do You Tube, em parceria com a CNN.

Além dos vídeos selecionados para ir ao ar, uma série de performances bizarras, perguntas ultrajantes ou mesmo pura exibição garantiram um nível de conhecimento e participação raríssimo num país em que votar não é obrigatório.

Confira os 10 vídeos escolhidos pela revista Time, fora das questões seleciondas para o debate. É uma espécie de “Nem Big, Nem Brother” americano.

Caiu a ficha sobre o 2ndL?

O bafafá do dia é a notícia publicada no Los Angeles Times, que diz que muitas empresas estão desisitindo do Second Life.

Repercutida no Blue Bus, a nota dá como exemplos a ilha da Dell que estava deserta durante a visita da reporter. Também estava vazio o espaço do Geek Squad, da Best Buy. A American Apparel – case de sucesso na época da instalação – fechou sua loja na comunidade virtual e a Aloft, do grupo Starwood Hotels & Resorts, que tentou um hotel virtual, está fechando e doando seu espaço.

Acredito que esteja começando um processo de depuração.

Como já comentei aqui e em outros espaços, o 2ndL é um precursor do que pode ser uma maneira revolucionária de navegar e interagir na Internet. Os pioneiros se estabelecem ou não. Não adianta fornecer em um mundo virtual soluções que funcionam na RL (Real Life), se os avatares não têm sede, fome, precisam dormir ou serem transportados.

Vamos ver muitas ilhas-fantasma ainda, enquanto mais gente vai entrar, descobrir o que rola e ficar, ou quebrar a cara. É darwinianismo puro! O papel de quem hoje planeja e cria para o Metaverso é mostrar que a evolução é possível e factível, desde que com um modelo de negócios e conteúdos concretos e relevantes.

It’s evolution, baby!

Por Jeff Paiva.